Espaço voltado à cultura afro-brasileira atenderá mais de 300 crianças na Escola Vitalina Motta.
No dia 29 de maio de 2025,quinta feira, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Vitalina Motta, localizada no município de Belterra, no oeste do Pará, celebrou a inauguração da Afroteca Kiriku, um espaço educativo voltado à valorização da cultura afro-brasileira e à promoção da diversidade étnico-racial entre crianças da primeira infância. Idealizada pelo Projeto Kiriku, ligado ao grupo de pesquisa AFROLIQ da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), grupo que é coordenado pelo professor doutor Luiz Fernando de França, referência na luta por uma educação antirracista na região. A iniciativa tem como base a Lei 10.639/2003, que obriga o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas.
O espaço da Afroteca foi pensado especialmente para o público infantil, com livros, brinquedos, jogos, instrumentos musicais e mobiliário temático inspirado em elementos da cultura africana e afro-amazônica. Algumas peças contam com ilustrações que remetem ao filme “Kiriku”, cuja mensagem de resistência e valorização da identidade negra inspirou o nome da afroteca, escolhido pelos próprios professores da escola.
A proposta pedagógica da Afroteca é centrada em uma perspectiva afrocentrada, estimulando desde cedo o respeito à diversidade, a autoestima de crianças negras e a construção de um ambiente escolar mais justo e inclusivo. A cerimônia de inauguração contou com uma programação cultural especial, incluindo leitura de poesias antirracistas, apresentação de carimbó e uma peça teatral em homenagem ao Doutor professor Luiz Fernando de França, destacando sua atuação essencial na consolidação das Afrotecas no Pará.
A implementação da Afroteca Kiriku foi viabilizada com recursos do Ministério da Igualdade Racial (MIR) e teve como implementadores Ranney Vasconcelos Colares e Rosângela Batista Vieira, colaboradores fundamentais para a concretização do projeto.
Com capacidade para atender cerca de 300 crianças, a afroteca Kiriku se firma como um instrumento potente de transformação social, contribuindo para a construção de uma educação representativa e equitativa.
Texto: Ranney Colares